Se os japoneses esperavam
aceitação do Governo de Chang-Kai-Chek pelos acordos locais, circunscrevendo o
incidente às regiões já ocupadas e comprometidas na China do Norte, a opinião dos
observadores é que as operações vão se estender a Tsing-Tau, que sofre um processo
de evacuação da população civil.
O governador de
Chantung, o general Hanfuchu que sempre foi simpático aos nipônicos, segundo
fontes locais, estaria pronto a se unir ao governo central para marchar contra
as forças do Japão, se estas atentassem contra a independência da China.
A aviação japonesa
bombardeou no dia 4 trens com tropas chinesas a 100 quilômetros a leste de
Kaigan na estrada de ferro Kaigan-Pekin.
O cônsul japonês ordenou
a retirada de civis japoneses para Hong Kong, enquanto chegam mais dois navios japoneses
da Esquadra Japonesa a Changai, chegando a 9 os navios ancorados na região.
No dia de ontem foram
pedidos 410 milhões de ienes adicionais às despesas com a chamada 'questão
China', provocando aumento de impostos – 110 milhões – enquanto 300 milhões viriam
de empréstimos. O orçamento nacional japonês de 3 bilhões de ienes, teve
comprometido quase 3.4 milhões de ienes com a China.
Enquanto isso, o presidente
do Conselho Político do governo central (de Chang-Kai-Chek), Wang-Ching-Wei, fez
pelo rádio a seguinte declaração:
"Temos que ir à guerra. Se o vosso país pôde desencadear uma ofensiva na esperança de rápida vitória, a China, país fraco, deve procurar a salvação numa guerra de usura. É necessário que a China corte os apetites ilimitados do Japão. A China precisa reunir todas as suas forças, porque deve atender a uma luta até o total esgotamento dos dois adversários. Só se pode encarar a possibilidade de intervenção de uma terceira potência quando, depois de os reveses militares inevitáveis, a China tenha conseguido esgotar o Japão, financeira e militarmente. Nessa guerra defensiva a China só deve contar consigo mesma. As outras potências, preocupadas em defender seus interesses, hesitariam em entrar na (luta) unicamente para socorrer a um país atacado".
Fonte: O Estado de S.Paulo,
4 de agosto de 1937 – quinta-feira.
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