Informação

Todos os textos produzidos neste blog são devidamente referenciados com bibliografia citada ao final de cada artigo. A internet pode não ser confiável, nem livros tampouco. Assim, a avaliação de se a informação é verídica ou não, não coube a nós, mas sim, devidamente indicado. Partes dos artigos podem estar vinculados ao senso comum, ou a conceitos culturais. Por favor, não postem comentários sem devida referência bibliográfica e nem bobagens.

Carta do Presidente Rossevelt ao Imperador Hirohito 1941

Há quase um século um presidente dos EUA dirigiu ao imperador do Japão uma mensagem, oferecendo a amizade do povo americano ao povo japonês. Esse oferecimento foi aceito e no longo período de paz ininterrupta da amizade que se seguro, nossas respectivas nações, através das virtudes de ambos os povos e da inteligência de seus governantes, prosperaram e ajudaram substancialmente a humanidade.
Mas, nesta nova situação de extraordinária importância para nossos dois países, julgo dever dirigir a vossa majestade uma mensagem sobre negócios de Estado.
Penso, com efeito, que devo me dirigir, agora a vossa majestade, em vista do alcance incalculável que parece existir nos acontecimentos que se estão desenrolando na zona do Pacífico e que ameaçam privar ambas as nações e a toda humanidade da influência benfazeja de uma paz duradoura entre os dois países. Esses acontecimentos encerram trágicas possibilidades. O povo dos EUA, acreditando na paz e no direito das nações, ávido, seguiu as conversações entre os nossos dois governos durante meses. Esperamos que a paz do Pacífico poderia ser alcançada de tal maneira que as nacionalidades de muitos povos diversos poderiam existir lado a lado sem temor à invasão, que o peso insuportável dos armamentos poderia ser levantado para todos e que todos os povos poderiam reencetar seu comércio sem (inint) de se ele feito contra ou a favor de qualquer nação. 
Estou certo de que será evidente para vossa majestade, como o é para mim mesmo que ao procurarem estes grandes objetivos, tanto o Japão como os EUA devem concordar em eliminar qualquer forma de ameaça militar. Isto parece essencial para alcançar aqueles altos objetivos. 
Há mais de um ano o governo de vossa majestade concluiu um acordo com o governo de Vichi, em virtude do qual se permitia a entrada da Indochina francesa setentrional de cinco ou seis mil soldados japoneses, a fim de protegerem as tropas japonesas que combatiam contra os chineses. Nesta primavera e neste verão, o governo de Vichi permitiu que novas forças japonesas penetrassem na Indochina francesa meridional, para a defesa da Indochina.
Julgo que me mostro sincero ao reconhecer que nenhum ataque foi feito à Indochina, nem foi previsto nas semanas passadas. Mas, tornou-se claro ao mundo que forças japonesas militares, navais e aéreas foram enviadas à Indochina meridional em tão grande número que isto criou uma dúvida razoável de outras nações, sobre essas contínuas concentrações na Indochina eram de caráter defensivo, porque elas alcançaram proporções consideráveis e se estenderam agora para a zona sul-oriental daquela península. É apenas razoável, portanto, que as Filipinas, a centenas e centenas de milhas das Indias Orientais, assim como a Malásia e a Tailândia, se perguntem a si próprias para que estas forças japonesas estão se preparando ou se tencionam desfechar um ataque em uma ou mais destas várias direções. 
Estou certo de que vossa majestade compreenderá que o temor de todos estes povos é legítimo, na medida em que ele afete sua paz e sua existência nacional. Estou certo, outrossim, de que vossa majestade compreendera porque grande parte do povo dos EUA olha interrogativamente para o estabelecimento das bases militares, navais e aéreas, guarnecidas e armadas com tanto poder, como para os esforços de Japão de dotar suas forças armadas de capacidade ofensiva. É evidente que o pensamento não pode admitir a continuação desta situação.
Nenhum dos povos de que acabo de falar pode sentar-se indefinidamente ou permanentemente sobre uma caixa de dinamite. Este é o pensamento dos EUA, por esta invasão da Indochina.
Se todos os soldados e marinheiros japoneses fossem retirados de lá, acredito que poderíamos obter a mesma garantia de governos das Indias Orientais, Malaia e da Tailândia. Eu até tentaria pedir a mesma garantia ao governo da China.
Desta forma, a retirada das forças japonesas da Indochina produziria uma garantia de paz em todo o Pacífico Meridional.
Dirijo-me a vossa majestade, neste documento, com o fervente desejo de que vossa majestade considere, como eu o faço nesta emergência decisiva, os meios de dissipar as nuvens escuras que pairam sobre o Pacífico.
Tenho a confiança de que nós dois – por consideração dos povos, não somente dos de nossas duas grandes nações, senão por consideração de humanidade – estamos consagrados, hoje, a restaurar a tradicional amizade e impedir que a morte e a destruição continuem a imperar no mundo.

Fonte: O Estado de S.Paulo - 9 de dezembro de 1941.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, aguarde moderação para publicação. Infelizmente existem muitos spammers.