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Uma cena de luta: blockhaus alemães contra russos


Uma cena de luta - blockhaus alemães contra os russos

As tropas alemãs que defendiam o sul da Prússia Ocidental não se aguentavam nas trincheiras, e nem mesmo nos abrigos da campanha. Uma linha de sólidas posições foram instaladas na Polônia Sul, compreendendo redes de arame farpado, campos minados e obras de cimento, os blockhaus. 




Uma dessas obras ficava entre as localidades de Pultusk e Makow, na beira de um bosque, mais ou menos a um quilômetro de uma aldeia abandonada. Era um blockhaus de 6 ramificações. 

Na manhã de 14/01/1945, quando seus ocupantes verificavam que um enorme tanque russo ocupava toda a largura do caminho da estrada da aldeia, o chefe comunicou o fato pelo telefone ao posto de comando da linha de defesa e mandou abrir fogo contra o tanque. 

Minutos depois os canhões alemães, escondidos no bosque, romperam fogo. Por sua vez os russos responderam com um tiroteio de morteiros localizados aos 2 lados da aldeia, mas o tanque não se deu por achado e continuou imóvel. 



Olhando pelo seu binóculo, o tenente acabou descobrindo que havia outro tanque, talvez mais dois, por trás do primeiro. Fez nova comunicação. Projéteis caíram agora por toda parte, em volta do blockhaus e no bosque. Entre os tiros das próprias peças de artilharia, os ocupantes puderam constatar que o bombardeio inimigo crescia de intensidade.

O blockhaus ainda não tinha sido atingido. O tanque russo da frente, cujo canhão estava apontado para ele, entretanto, continuava mudo. Essa imobilidade e silêncio tinham algo de inquietante. O tenente telefonou mais uma vez e o posto de comando respondeu:

- Vão chegar Stukas (bombardeios de mergulho) para atacar os tanques russos.



Os aviões chegaram, mergulharam e se ergueu uma nuvem de poeira e fumaça. Quando ela se dissipou os alemães viram que aldeia foi quase que inteiramente arrasada. Os tanques pareciam sepultados sob os escombros.

O tenente mandou reabrir fogo contra eles, embora tivesse a impressão de que estavam fora de combate. Assistiu então pelo binóculos a um dos espetáculos mais surpreendentes que lhe fora dado presenciar durante a guerra. 

O tanque da frente se pôs em movimento empurrando os escombros diante de si como se fosse um trator. Pareceu sacudir e avançou. Pedras e entulho caíam ao seu redor. Os outros dois tanques o seguiram. Esses mastodontes, rompendo maciçamente, com canhões apontados, não atiravam.

Os projéteis do bockhaus explodiam perto deles, e até mesmo em cima deles, mas não apareceu incomodar mais do que picadas de mosquito.

O tenente nunca tinha visto um exemplar do tanque Joseph Stalin, de 56 toneladas, protegido por uma blindagem de 15 mm, e levando um canhão de 122 mm. O Stálin ultrapassava em muito o tanque Tigre alemão.

Tanque J. Stálin

Tanque Tigre (ao fundo um T 34 soviético)

O tenente quis telefonar mais uma vez ao posto de comando, porém o microfone não deu sinal de vida, a linha estava cortada. Aquilo já acontecera em muitas ocasiões. Periodicamente guerrilheiros ou sabotadores cortavam as linhas. 

Agora o tenente experimentava a sensação de uma emboscada. O bockhaus encontrava-se isolado e os 3 tanques russos continuavam avançando cada vez maiores. Um punhado de homens vinha atrás de cada um deles, e alguns até se agarravam às torres, do lado de fora das blindagens.

Os ocupantes do blockhaus não podiam saber que o comando russo preparara meticulosamente o ataque da obras fortificadas da Polônia e da Prússia Oriental. Os destacamentos de assalto, treinados numa tática especial, incluíam 20 soldados armados de revólveres-metralhadoras, duas metralhadoras pesadas, uma ou duas peças de 45 mm e sapadores levando explosivos. 

O primeiro tanque abriu fogo a 150 m diretamente. Os 2 outros afastaram-se para os lados. Todos atiravam em cima de canhoeiras, o blockhaus era então violentamente sacudido. Um dos defensores ainda teve tempo de olhar:

- Tenente! - gritou ele. - os russos estão chegando, eles estão se arrastando!

Mas os russos que já estavam perto demais para que o tiro das metralhadoras pudessem atingi-los, e de resto isso pouco adiantaria. As canhoeiras se desmantelaram, uma fumaça sufocante invadia o recinto, os homens esperavam a explosão das suas munições de um instante para o outro. 

Um clarão amarelo e vermelho fez crer que aqui ela se verificara, mas não, felizmente vinha de fora. 

O clarão cercava o blockhaus por todos os lados. Os matadores russos, a poucos metros de distância, atiravam foguetes. Houve um silêncio de alguns segundos, e por fim realmente uma explosão. Não das munições, mas da carga colocada pelos russos contra a fortificação. O cimento se rachou e a construção desabou. Imediatamente os mongóis armados de pistolas-e metralhadoras invadiram pela brecha... 

A mesma cena se repetiu, com algumas variantes, em todas as fortificações atacadas pelos russos nos norte do rio Narev, afluente do Vístula. 

Ao fim de 4 horas a primeira linha fortificada alemã cedeu em toda sua profundidade.


Fonte: 
A Agonia da Alemanha - Georges Blonde - Famboyant 1964 - pp. 139-140
Série - A história que vivemos

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