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Os encouraçados secretos do Japão


Os encouraçados secretos do Japão

Por Gilbert Cant

Em 1934, o chefe do Estado-Maior naval japonês pediu para que os arquitetos navais do país construísse em que os mais poderosos couraçados do mundo. Em 8 anos, 2 ficaram prontos. O Yamato e o Musashi. Apesar dos tratados internacionais, a cujo cumprimento o Japão estava obrigado, proibirem a construção de couraçados de mais de 35.000 toneladas, tanto um como outro deslocavam, quando completamente equipados para combate, 72.809 toneladas, cerca de 20.000 toneladas mais que o Missouri, o maior couraçado dos EUA. Cada um deles carregava peças de artilharia de 18,1 polegadas (460 mm), capazes de disparar a granadas perfurantes de 1.460 kg, 50% mais pesadas do que as granadas dos canhões de 410 mm do Missouri.

Somente em 1946, 12 anos depois desses planos haverem permanecido no mais absoluto segredo, a história toda veio à luz. O estaleiro naval de Kure fora circundado por alta cerca a prova de espionagem, e de lá os operários não podiam sair.

8 dias após o ataque a Pearl Harbor, o Yamato quase concluído, foi posto a flutuar. O Musashi ficou pronto em agosto de 1942.

Durante os 2 anos que se seguiram, os alojamentos dos navios de guerra americanos no Pacífico encheram-se de boatos acerca dos colossais navios de guerra que, segundo se supunha, os japoneses haviam construído. O Serviço Secreto Naval admitia apenas que, "segundo informações", os mesmos estavam dotados de peças de 450 mm.

O primeiro americano a pôr os olhos no couraçado da classe Yamato foi o comandante E. B. McKinney do submarino Skate. Estávamos em 1943. Era noite de Natal e o Skate se encontrava a 180 milhas ao norte de Truque. O enorme alvo apareceu no centro do círculo do periscópio. Lançaram-se os torpedos e 2 deles explodiram contra a couraça lateral do navio; o comandante do Skate, entretanto, só pode informar que um moderno couraçado japonês tinha sido atingido. Não sabia que acertara no Yamato, forçando-o a voltar ao Japão.

Os grandes espantalhos cinzentos da frota japonesa não foram vistos depois disso senão quando o Yamato e o Musashi, à meia-noite de 21 de outubro de 1944, deixaram Linga, perto de Cingapura, como parte de uma esquadra couraçada que recebera a missão de penetrar no Estreito de S. Bernardino para esmagar os cargueiros e transportes, relativamente frágeis, dos EUA, ancorados no Largo de Leyte, onde os americanos acabavam de estabelecer uma cabeça de praia. Na manhã do dia 24, os porta-aviões, sob comando do almirante Halsey, lançaram  contra o Musashi uma série de ataques com bombas e torpedos. Os 4 primeiros ataques  o deixaram bastante avariado, fazendo muita água e com velocidade reduzida 16 nós (30 km/h). Mais 2 ataques -  ao fim dos quais subia a 10 o total de torpedos que tinham atingido o alvo -  e a tarefa estava terminada. O navio virou e afundou de proa. Não disparara um só tiro, exceto contra aviões.

Nesse meio tempo, o Yamato tinha sido atingido por 3 bombas que, no entanto, nenhum dano causaram á blindagem do convés superior. O navio simulou dirigir-se para o oeste. E isso fez com que o almirante Halsey lhe perder seu rastro, permitindo ao Yamato atravessar o perigoso Estreito de S. Bernardino para surgir, pouco antes das 7 horas da manhã, à vista do grupo de 6 pequenos porta-aviões de escolta sob o comando do Contra-Almirante C.A.F. Sprague. O Yamato abriu fogo a 35.000 m de distância. Era a primeira vez que peças de tal calibre disparavam contra um navio de superfície - e seria a última.

A pontaria não era má, considerando que se estavam usando telêmetros ópticos. Os tiros caíam de um e outro lado, e enormes colunas de água arrebentavam ameaçadoramente próximas aos pequenos e desafortunados porta-aviões. Nesse momento, por motivos ignorados, o Yamato desistiu e retirou-se. Não havia acertado uma só vez.

O Yamato ficou recolhido até ser criada uma cabeça de praia em Okinawa. Nessa ocasião foi lançado numa missão verdadeiramente suicida. Ao meio-dia 7 de abril de 1945, viu-se ele sob o ataque concentrado da força aérea da Esquadra Americana, sendo atingido por 5 bombas e 10 torpedos. Em pouco, ficaria com uma só casa de motores funcionando, a velocidade reduzida para 10 nós (18,52 km/h) e adernara além dos 22°  estabelecidos pelos seus construtores como limite máximo de segurança. Às 2 da tarde veio ordem de "abandonar o navio" e 20 minutos depois, o Yamato virava e explodia. Salvaram-se apenas 280 tripulantes; 2498 pessoas perderam a vida, entre oficiais e tripulantes. A Marinha Americana continuava, no entanto, a ignorar o que havia destruído. Os interrogatórios a que foram submetidos os membros da força naval inimiga, após a vitória, é que revelaram ter destruído o Yamato e o Musashi, os mais poderosos couraçados do mundo. Tinham de ser imensos, a fim de poderem oferecer uma plataforma estável às maiores peças de artilharia jamais montadas no navio. Havia 9 dessas partes em cada um deles, montadas em convencionais torres tríplices. O cano de cada uma dessas peças media 31,28 m de comprimento, e pesava 181,5 toneladas, incluindo o mecanismo da culatra. Podem  atirar suas enormes granadas a uma distância de 23 milhas marítimas (42,60 km). Os navios estavam protegidos por uma couraça de 16 polegadas (40 cm) de espessura; e a blindagem das torres tinha pelo menos 65 cm.

Se esses monstros foram a pique sem acertar um só tiro em qualquer navio ou costa aliada, a culpa não cabe a seus construtores, mas aos comandantes da esquadra japonesa, que conservaram os navios guardados tanto tempo para depois desperdiçar a sua grande oportunidade.

Fonte: 
Segunda Guerra Mundial - Ultra-secreto (Seleções do Reader's Digest - Ed. Ypiranga S.A. - 1963 - impresso no Brasil)


No dia 06/04/1945 o Yamato foi enviado com combustível só de ida para Okinawa, que havia sido invadida pelos Estados Unidos. Fontes divergem mas diz o filme que 3.333 homens (tripulação normal: 2500-2800) foram a bordo do Yamato para essa missão verdadeiramente suicida, pois os pilotos e aparelhos Zero eram insuficientes e estavam sendo dirigidos a missões-suicidas (ataques kamikaze, onde aviões carregados de bomba se lançavam contra navios inimigos). O Yamato e sua escolta de 9 navios (1 cruzador e 7 contratorpedeiros) serviriam de isca para os aviões americanos enquanto os kamikaze tentariam causar o máximo de dados aos navios americanos.

Isso explica a total falta de apoio aéreo.

Quando assisti ao Filme estranhei a quantidade de artilharia anti-aérea. Ao pesquisar um pouco mais, no wikipedia tinha uma informação curiosa: após ter sido atingido por ataques aéreos anteriores em outubro de 1944, na Batalha de Golfo de Leyte, foi sucessivamente sendo adicionado canhões e metralhadoras anti-aéreas, partindo para Okinawa com o máximo de capacidade.

O termo kamikaze quer dizer "vento divino" e se refere aos ventos de uma tempestade que impediram a invasão do Japão pelo Império Mongol).

Este é um trecho do filme OTOKO-TACHI NO YAMATO, ou em inglês, MEN OF YAMATO. Não encontramos até o momento o filme legendado em português. Lançado em 2005, mostra a glória e a queda do maior encouraçado do mundo. Este clip é de bom gosto.

Yamato quer dizer Japão, e Yamato-damashii quer dizer Espírito Japonês, ou a essência do povo japonês. 

3 comentários:

  1. Yamato é um nome meu -.- eu morei no Japão, quanta desinformação ai no final...

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    1. Yamato é sobrenome, mas também quer dizer isso mesmo, Yamato era o antigo nome do Japão também. Pesquise mais sobre isso, temos vários livros especializados que se referem a essa palavra no Dicionário da Língua Japonesa. Procure seu professor de História do Japão.

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    2. Gosto muito do tema 2ª Guerra Mundial, principalmente assuntos relativos a navios de guerra. Apesar de muito apontarem o U.S.S. Missouri e seu irmão gêmeo U.S.S New Jersey como os melhores navios de guerra, eu acho que o Bismarck e seu irmão gêmeo Tirptz, os melhores navios de guerra já construídos. O Bismarck após em uma única batalha afundar o H.M.S. Hood e avariar seriamente e botar pra correr o H.M.S. Prince Of Walles, lutou sozinho contra uma frota inteira de navios de guerra britânicos e com o leme avariado que só possibilitava navegar em círculos e a no máximo 20 nós, só foi a pique por que o Almirante Lutjens (que estava a bordo) ordenou que se colocassem explosivos no fundo do navio, para que este não caísse nas mãos dos ingleses.

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